quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Menos um


Quando criança eu não entendia por que alguns adultos odiavam fazer aniversário, quando, pra mim, era a melhor data do ano. A partir de certo momento a matemática da idade muda e vão surgindo mais subtrações do que adições. Os anos vão passando, a idade aumenta e as festas e os presentes diminuem. Você já não conta mais um ano de vida, mas um a menos. Exatamente hoje, com 29 primaveras, tudo passa a fazer sentido.

Você sabe que tá ficando velha quando encontra mais remédios dentro da bolsa do que chicletes. Passa a encontrar os conhecidos mais na emergência do plano de saúde do que nos chopinhos. Algumas horas a mais no sofá já são suficientes pra lembrar que você tem uma coluna lombar.  Exagerar na cerveja já não é tão superável como antigamente. Não que eu seja exagerada, quem tem 30 anos sabe bem do que estou falando.

Mas os anos não me trouxeram apenas o envelhecimento físico. Também estou sendo contemplada com a maturidade. Com o tempo você começa a perceber o que realmente importa. A cada dia que passa eu acredito mais na lei da compensação. O que você faz aqui, volta na mesma proporção pra você. Hoje, amanhã ou daqui a 50 anos.

Aprendi que o importante mesmo é fazer o bem, que o resto vem. Não importa a crença, não importa a quem, o que importa é tentar ser uma pessoa melhor a cada dia. Já dizia Chorão: “Viver pra ser melhor também é um jeito de levar a vida.” E hoje é um dia mais que especial pra mim, não porque é meu aniversário. Minha vida é cheia de coincidências e uma das mais importantes é que tive a honra de nascer no mesmo dia da minha mãe. Hoje ela completa 61 anos e sou muito grata a Deus, por permitir que eu fizesse parte da vida dela.


Hoje jazem meus 28 anos, mas habemus bolo! \o/ 
To velha, to entrevada, mas to feliz! 
E que venha a idade do sucesso! 


quinta-feira, 29 de maio de 2014

Dando valor nas coisas simples da vida

Sabe aqueles dias que você fica pensativa, reparando nas coisas mais simples da vida? Hoje amanheci assim, mais leve, reparando até na intensidade do vento, no brilho que o sol reflete nos meus cabelos, no azul do céu, no formato das nuvens. Acordei com vontade de enxergar coisas, que de tanto olhar, já não vejo mais.

Já reparou como uma simples penteada na sobrancelha realça sua maquiagem? Como a lambida do seu cachorro pode te deixar mais feliz pela manhã? Uma das unhas da mão pintada de cor diferente pode dar uma pegada mais fashion no seu visual?

Hoje me maquiei, brinquei com meus três cachorros, joguei água nas cebolinhas e percebi como o clima estava gostoso, meio nublado, meio Europa. Pra mim, esses são os mais lindos e inspiradores dias do calendário.

Parei no semáforo e cantei junto com Mart’nália a música que passava no som do carro, escrita por Vinícius de Moraes e escolhida a dedo entre centenas de faixas do pen drive. O engarrafamento em Goiânia estava quilométrico, mas eu prestava atenção mesmo era na borboletinha que voava em volta do meu para-brisa e depois pousou no retrovisor.

Reparei tanto naquele lindo inseto, que nem me lembrei de pegar o celular e fotografar. Caí na risada. A moça do carro do lado me olhou e sorriu também. Já reparou como um sorriso faz de você uma pessoa mais amigável? No mundo existem mais de 6 mil idiomas diferentes. Aquela mulher podia falar qualquer um deles, mas meu sorriso era tão simples e compreensivo, que ela teve vontade de se comunicar comigo também.

Não importa quão complicada seja uma língua, mas um simples sorriso vai ser compreendido em qualquer lugar do mundo. Tai uma coisa simples da vida que a gente quase não enxerga.

Eu, definitivamente, sou do tipo de pessoa que gosta de apreciar as coisas simples da vida. Mas não tem tanto tempo que faço isso. Acho que esse tipo de comportamento vem com os anos. Ultimamente ando com tanta vontade de viver tudo que posso, trabalhar o quanto eu consigo, me dedicar a coisas que gosto.

Eu ando vendo tanta gente que era pura saúde e alegria, de uma hora pra outra, ficar velho, doente e sem forças pra fazer o que é prazeroso. O tempo é cruel. É triste saber que a vida é tão frágil e curta. Não dá mesmo pra saber o sentido disso tudo aqui. Mas quer saber? Cada ano que passa eu tenho mais vontade de aproveitar cada detalhe, viver tudo que há pra viver, que me deixa feliz e me faz sentir bem.

Claro que muitas coisas ainda nos tiram do sério, mesmo nestes dias de meditação. Mas, respira que é de graça! ;)


quarta-feira, 26 de março de 2014

Sou do tempo

Nessa semana, minha irmã comprou um picolé que veio premiado com um ingresso do Hot Park, o que me fez renovar as esperanças no palito premiado, pois há anos eu caio naquela pegadinha da madeira de reflorestamento. Acho digno o retorno da promoção e até parabenizo a Creme Mel pela iniciativa.

Isso me faz lembrar demais da minha infância, quando a gente comprava guloseimas só por causa do que vinha de brinde. Eu sou do tempo da maria mole com balão. Por mais que eu não gostasse da maria mole, eu comprava pra ganhar o balão, que na maioria das vezes rasgava quando a gente desgrudava do doce.

Eu sou do tempo do pirulito pirocóptero. Pirulito que bate-bate, pirulito que já bateu, quem gosta de mim é ela, quem gosta dela sou eu... Quem lembra daquilo? Eu lembro! Lembro também das inúmeras surras eu levei por quebrar taças e decorações da minha mãe brincando com aquilo.  

Eu sou do tempo que a gente juntava 20 crianças na rua de casa e brincava de bete. Catinodé, catinodé, catinodé... Do tempo que a gente mesmo fabricava as mansões e roupas das nossas Barbies. Do tempo que as mães mostravam nossos álbuns pelados de criança pras visitas.


É! Já não fazem mais infância como antigamente. Mas fica aqui exposta minha saudade por todas essas coisas que eu vivi e gostaria que as crianças de hoje vivessem. Era simples, mas era gostoso. 


terça-feira, 18 de março de 2014

E viveram felizes para sempre

Nunca fui de acreditar em metade de fruta, tampa de panela ou amor da vida. Acho verdadeiramente que não existe uma pessoa certa. Deve haver várias. Tudo é questão de escolha. Eu nunca soube nem diferenciar muito os sentimentos. Na minha cabeça, paixão se confunde com amor, que também se confunde com carinho, desejo, amizade e querer bem. Quando a gente diz amar uma pessoa e a escolhe pra vida toda, acredito que há um encontro de todas essas emoções.

E já dizia minha vó: “Casamento não é mar de rosas.” Existem também os espinhos. Mas quando você ama alguém, você aprende a lidar com o pior dele, para ter o melhor. Ninguém é perfeito e se alguém procura perfeição, minha gente, vai ficar só. Mas se dentro dessa imperfeição existir alguém que se preocupe com você, que faz as pazes minutos depois de uma discussão, que não gosta do filme que você locou, mas assiste pra falar o quão ruim seu gosto é, que deixa você falando sozinha pra não estender uma discussão, mas depois volta como se nada tivesse acontecido, que depois de um mês ainda fala mal daquele filme que você locou, essa é a pessoa perfeita pra você!

Costumo dizer que casar é como comprar um CD: por causa de três músicas boas você tem que levar todas as outras músicas que você não curte. Mas com o tempo você se acostuma tanto a ouvir o CD todo, que você acaba gostando de todas as faixas, até daquela do Luan Santana. E se essa música arranha, você vai sentir falta dela o resto da vida. 

Tudo muda na nossa rotina quando a gente escolhe alguém pra compartilhar uma casa, uma cama e três cachorros. E se aqueles sentimentos que você sentia aumentarem cada dia mais (mesmo com todos os transtornos obsessivos compulsivos... rs) é o grande sinal de que você fez uma boa escolha. 


segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Sobre fé

Eu não sou do tipo que fala de Jesus Cristo aos quatro ventos e nem que vai à igreja todos os domingos. Mas eu tenho fé. Creio que existe alguém lá em cima sim e acredito que tudo que ele faça seja bom, mesmo que no início pareça ser ruim. Uma vez até li algo sobre isso em um dos livros que eu pegava pra passar o tempo livre em uma papelaria que trabalhei quando tinha 16 anos. Não me lembro do nome e muito menos o autor, mas me recordo que era uma obra com vários contos e um deles era sobre um rei que tinha por um dos seus súditos uma grande confiança.

A distração do rei era caçar. Em uma dessas caçadas, ao atirar em uma onça, o tiro saiu pela culatra e o rei perdeu um dedo. O súdito, em sua inocência, disse à majestade que não se preocupasse, pois tudo que Deus faz é bom. Imediatamente, o rei se revoltou contra ele, que não se comoveu diante de seu sofrimento, e mandou que prendesse o súdito no calabouço.

Alguns dias depois, o rei organizou outra caçada e seguiu com seus súditos, menos o grande amigo, que estava preso. Dessa vez o grupo se encontrou com canibais na floresta, que mataram todos os caçadores, menos o rei, por não ter um dedo. Ao voltar para o castelo, o rei ordenou que soltassem o seu súdito e, para ele, disse: “Me perdoe, você tinha razão. Tudo que Deus faz é bom, pois se eu não tivesse perdido o dedo aquela vez, eu estaria morto agora.” Com a mesma sabedoria de sempre, o súdito respondeu ao rei: “Não tenho que te perdoar, pois tudo que Deus faz é bom! Se eu não estivesse preso, teria ido à caçada e seria morto pelos canibais.”

Essa leitura só fez com que eu tivesse mais uma justificativa para continuar acreditando que tudo que Deus faz é bom. Não gosto da forma com que as igrejas manipulam seus frequentadores. Eu não acredito que as pessoas precisem ser santas, desistir de coisas que gostam ou abdicar de certos prazeres para conquistar algo divino. Só acredito que as pessoas devam ter bom coração, fazer o bem ao próximo, ser gentis, ajudar pessoas e animais. Acho verdadeiramente que isso basta.

Sei que muitas vezes é difícil acreditar que coisas ruins aconteçam para que outras boas venham, mas a fé já me ajudou a superar muitas situações complicadas. Mesmo que outras coisas boas não tenham vindo em seguida, valeu pelo aprendizado alcançado. Só acho que a gente precisa acreditar, porque muitas vezes, é a única coisa que nos resta para seguir em frente.


terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Consideração

Durante toda a nossa vida a gente consegue confiar verdadeiramente em poucas pessoas. Ainda assim, muitas vezes, dentro desse pouco, escolhemos errado. Mas a questão aqui não é sobre confiança, é sobre consideração.

Consideração tem mais a ver com lealdade, importância e respeito. Já considerei muitas pessoas na minha vida que nunca tiveram consideração por mim. Mas também já desconsiderei na mesma proporção, assim que percebi a falta de consideração. Erraram. Errei. Fui magoada. Magoei.

Não que pra mim as coisas devam ser “olho por olho, dente por dente”, mas às vezes a gente cansa. Cansa de guardar as coisas só pra gente. Cansa de sentir as pessoas serem falsas com a gente. De fingir te tolerar só pela ligação de parentesco, de ter que frequentar os mesmos ambientes. E decide colocar tudo pra fora, desabafar.

Eu gosto de ser amigável. Gosto de ser amiga das pessoas. Mas gosto de pessoas verdadeiras, de pessoas que conseguem ser amigas de verdade, que tem consideração. Pessoas que não conseguem me considerar, tratar bem minha família ou alguém que eu goste muito por consideração a mim, não tenho interesse em considera-las também.

Nesses 28 anos de estrada fiz amizades que valeram a pena. Algumas mantenho desde meus cinco anos de idade, outras nasceram na faculdade, nos empregos anteriores e até no atual. Graças a Deus, tenho muitas amigas com quem conversar, com quem contar nas horas difíceis. Irmãs de coração! Posso lista-las com facilidade. Mas tenho amigas que me amam e me consideram desde antes de eu vir ao mundo: minha mãe e minha irmã.

Mesmo se hoje eu pudesse escolher novamente a minha família, eu escolheria a dedo cada um dos que já fazem parte dela, inclusive minha cunhada, que desde quando nos conhecemos é como se já fizesse parte da família. É a irmã que meu irmão me deu! Hoje só quero agradecer a Deus pela família maravilhosa que ele permitiu que eu fizesse parte. Vocês são meu apoio, minha força, meu tudo. Mexeu com minha família, mexeu comigo! Amo vocês!