domingo, 9 de junho de 2019

Saudade é sempre do que a gente já viveu



É tão bom te ver! É maravilhoso saber que você viveu tantas lutas e continua aqui com a gente. Mas por que será que quanto mais te vejo, mais sinto a sua falta? É como se minha saudade não passasse. Choro na volta para casa. Uma angústia forte aperta meu peito até escorrer pelos olhos. Enquanto enxugo as lágrimas, coloco a culpa nos hormônios da gravidez.
Então... é que você vai ser bisa mais uma vez. Sei que você já sabe disso, mas também sei que às vezes preciso te lembrar, não só disso, mas quem eu sou e onde você está. É por isso que minha saudade vai além do seu abraço e seu sorriso. Sinto falta da sua lucidez, tenho saudade do seu café e das suas histórias.
Lembro todos os dias do seu requeijão derretido na frigideira e do pão molhado no leite. Tenho saudade do cheiro daquela macarronada e do gosto do pudim que você fazia aos domingos, quando a casa estava cheia. Sinto falta das suas plantas, que você sempre me dava uma muda, mas elas nunca vingavam.
Tenho saudade do seu biscoito de queijo. E vou te contar um segredo: nunca gostei muito de tortéis. Mas a senhora e o vovô faziam com tanto amor aquelas marmitinhas cheias daqueles pasteizinhos recheados de manga, que eu comia e levava a minha para casa só para manter a tradição. Sinto falta disso também!
Tenho tanta saudade de vocês juntos. Dos nossos cafés da manhã todo sábado, quando moravam aqui do meu ladinho. E às vezes é insuportável te ver e ter que lembrar que ele se foi, ou até fingir que não.
Eu sei que a vida passa. E passa rápido! Que a velhice é inevitável e, em muitos momentos, triste. Parece solitário, me lembra como a vida é frágil e me faz refletir sobre o sentido de estarmos aqui. Já me peguei pedindo a Deus para me levar antes disso, mas sei que é errado.
Sei que temos uma missão aqui. Não sei qual é a minha ou a sua, mas sei que envolve amor. Te amo tanto que eu daria muita coisa em troca de mais um café e uma história nova, ou ouvir uma das muitas repetidas que já me contou.
Você repete com frequência que “não presta pra mais nada”, mas isso não é uma verdade. Sei que se sente cansada. E por mais que o corpo peça arrego, seus exemplos de força e fé serão eternos. Te admiro tanto pela pessoa que é e por tudo que já fez pela nossa família. Por isso minha resposta pra você sempre foi “presta e muito, mais do que nós”. E um dia eu quero prestar como você! Te amo!



Obs: Saudade pode não ter tradução, mas tem significado. 
        substantivo feminino
  1. 1.
    sentimento melancólico devido ao afastamento de uma pessoa, uma coisa ou um lugar, ou à ausência de experiências prazerosas já vividas (freq. us. tb. no pl.).

terça-feira, 12 de maio de 2015

Preço da gasolina aumenta e puxa inflação, seguido pelo Kinder Ovo

O título foi pra descontrair. Mas o assunto do momento é a alta dos combustíveis. Muito tem se falado no aumento do preço da gasolina. Nos jornais, nas redes sociais, nos almoços de família e na mesa do bar. Só dá isso. Apesar de inúmeras imagens e memes com a nossa querida (SQN) presidenta da República, recebidas nos grupos do Whatsapp durante semanas, só fui entender o que estava acontecendo após ver uma reportagem sobre o tema em um dos jornais locais. Confesso que nunca fui muito ligada à economia pessoal. Pesquisa de preço nunca foi o meu forte. E, geralmente, não acho nada caro. Para que eu adquira algum produto ou serviço, basta que eu precise daquilo, ou ache diferente, ou bonito, ou cheiroso. Sim, sou consumista!

Posso ter colaborado com a vida de muita gente escrevendo por anos matérias de economia, com títulos “Saia do vermelho”, “Comece o ano no azul”, “Aprenda a economizar na hora da compra”, “Como ganhar seu primeiro milhão”, mas nunca aprendi a lição. Nunca saí do vermelho, nunca entrei no azul, não tenho paciência para orçamentos e não guardo nem rancor, vou guardar dinheiro?
Sou daquelas que sempre após a compra encontra o mesmo produto na próxima loja pela metade do preço. E nem isso me fez criar vergonha na cara e pesquisar antes.

Não pesquisei preço nem pra comprar meu carro, que dirá o do líquido que faz ele andar. Sempre abasteço no primeiro posto que enxergo quando o tanque entra na reserva. E se tem uma coisa que me faz ficar com preguiça, é parar em posto de gasolina. Acho uma perda de tempo pra quem está atrasado e tem que pegar um trânsito nada confortável como o de Goiânia no horário de pico.

Só que na semana passada as coisas mudaram. Eu (que nem fumo, pedi um cigarro) que nunca olhei para o banner de valores na entrada do posto, consegui ficar indignada com o preço da gasolina. Eu nem sei quanto ela custava antes, nem sei quanto custa agora. Mas percebi o aumento. Passei o cartão antes, como sempre faço quando to sem dinheiro em espécie, porque morro de medo de abastecer antes e o cartão falhar e eu perder mais tempo até saber como lidar.

-Passa cem!

Abasteci, liguei o carro e saí do posto. Quando olhei pro painel, o susto. Meu tanque não estava cheio. Longe disso. Faltava um pauzinho inteiro pra chegar lá (tô com preguiça de olhar no Google como chama aquele negócio que mede o nível do combustível). Justo o primeiro “pauzinho”, que é o que mais demora pra cair. Good times, bad times! Deu saudade de quando enchia o tanque com cenzão. Agora, pra completar é cento e pouco. Além de mais caro, ficou até mais feio de pronunciar. Por isso, estou lançando as campanhas: #abaixoaoscentoepouco e #voltacenzão.

Mas, se você não quiser aderir e está, assim como eu, desanimado com a situação do Brasil, apenas vote mais consciente nas próximas eleições. Ou, ao menos, participe de alguma manifestação, exponha sua insatisfação de alguma forma. Vamos fazer alguma coisa pra tentar melhorar este País. Votei no Aécio, mas não acredito que seria diferente, caso ele tivesse assumido o cargo, porque a merda já estava feita. As consequências chegariam de qualquer forma. E nem sei se tirar a presidenta é a solução.

O importante é não ficar parado vendo tudo piorar. Mas que fique claro: esse texto não é sobre política, muito menos sobre minha pouca habilidade com as finanças pessoais. É pelo direito de falar “enche o tanque”, só com cenzão no bolso.

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Menos um


Quando criança eu não entendia por que alguns adultos odiavam fazer aniversário, quando, pra mim, era a melhor data do ano. A partir de certo momento a matemática da idade muda e vão surgindo mais subtrações do que adições. Os anos vão passando, a idade aumenta e as festas e os presentes diminuem. Você já não conta mais um ano de vida, mas um a menos. Exatamente hoje, com 29 primaveras, tudo passa a fazer sentido.

Você sabe que tá ficando velha quando encontra mais remédios dentro da bolsa do que chicletes. Passa a encontrar os conhecidos mais na emergência do plano de saúde do que nos chopinhos. Algumas horas a mais no sofá já são suficientes pra lembrar que você tem uma coluna lombar.  Exagerar na cerveja já não é tão superável como antigamente. Não que eu seja exagerada, quem tem 30 anos sabe bem do que estou falando.

Mas os anos não me trouxeram apenas o envelhecimento físico. Também estou sendo contemplada com a maturidade. Com o tempo você começa a perceber o que realmente importa. A cada dia que passa eu acredito mais na lei da compensação. O que você faz aqui, volta na mesma proporção pra você. Hoje, amanhã ou daqui a 50 anos.

Aprendi que o importante mesmo é fazer o bem, que o resto vem. Não importa a crença, não importa a quem, o que importa é tentar ser uma pessoa melhor a cada dia. Já dizia Chorão: “Viver pra ser melhor também é um jeito de levar a vida.” E hoje é um dia mais que especial pra mim, não porque é meu aniversário. Minha vida é cheia de coincidências e uma das mais importantes é que tive a honra de nascer no mesmo dia da minha mãe. Hoje ela completa 61 anos e sou muito grata a Deus, por permitir que eu fizesse parte da vida dela.


Hoje jazem meus 28 anos, mas habemus bolo! \o/ 
To velha, to entrevada, mas to feliz! 
E que venha a idade do sucesso! 


quinta-feira, 29 de maio de 2014

Dando valor nas coisas simples da vida

Sabe aqueles dias que você fica pensativa, reparando nas coisas mais simples da vida? Hoje amanheci assim, mais leve, reparando até na intensidade do vento, no brilho que o sol reflete nos meus cabelos, no azul do céu, no formato das nuvens. Acordei com vontade de enxergar coisas, que de tanto olhar, já não vejo mais.

Já reparou como uma simples penteada na sobrancelha realça sua maquiagem? Como a lambida do seu cachorro pode te deixar mais feliz pela manhã? Uma das unhas da mão pintada de cor diferente pode dar uma pegada mais fashion no seu visual?

Hoje me maquiei, brinquei com meus três cachorros, joguei água nas cebolinhas e percebi como o clima estava gostoso, meio nublado, meio Europa. Pra mim, esses são os mais lindos e inspiradores dias do calendário.

Parei no semáforo e cantei junto com Mart’nália a música que passava no som do carro, escrita por Vinícius de Moraes e escolhida a dedo entre centenas de faixas do pen drive. O engarrafamento em Goiânia estava quilométrico, mas eu prestava atenção mesmo era na borboletinha que voava em volta do meu para-brisa e depois pousou no retrovisor.

Reparei tanto naquele lindo inseto, que nem me lembrei de pegar o celular e fotografar. Caí na risada. A moça do carro do lado me olhou e sorriu também. Já reparou como um sorriso faz de você uma pessoa mais amigável? No mundo existem mais de 6 mil idiomas diferentes. Aquela mulher podia falar qualquer um deles, mas meu sorriso era tão simples e compreensivo, que ela teve vontade de se comunicar comigo também.

Não importa quão complicada seja uma língua, mas um simples sorriso vai ser compreendido em qualquer lugar do mundo. Tai uma coisa simples da vida que a gente quase não enxerga.

Eu, definitivamente, sou do tipo de pessoa que gosta de apreciar as coisas simples da vida. Mas não tem tanto tempo que faço isso. Acho que esse tipo de comportamento vem com os anos. Ultimamente ando com tanta vontade de viver tudo que posso, trabalhar o quanto eu consigo, me dedicar a coisas que gosto.

Eu ando vendo tanta gente que era pura saúde e alegria, de uma hora pra outra, ficar velho, doente e sem forças pra fazer o que é prazeroso. O tempo é cruel. É triste saber que a vida é tão frágil e curta. Não dá mesmo pra saber o sentido disso tudo aqui. Mas quer saber? Cada ano que passa eu tenho mais vontade de aproveitar cada detalhe, viver tudo que há pra viver, que me deixa feliz e me faz sentir bem.

Claro que muitas coisas ainda nos tiram do sério, mesmo nestes dias de meditação. Mas, respira que é de graça! ;)


quarta-feira, 26 de março de 2014

Sou do tempo

Nessa semana, minha irmã comprou um picolé que veio premiado com um ingresso do Hot Park, o que me fez renovar as esperanças no palito premiado, pois há anos eu caio naquela pegadinha da madeira de reflorestamento. Acho digno o retorno da promoção e até parabenizo a Creme Mel pela iniciativa.

Isso me faz lembrar demais da minha infância, quando a gente comprava guloseimas só por causa do que vinha de brinde. Eu sou do tempo da maria mole com balão. Por mais que eu não gostasse da maria mole, eu comprava pra ganhar o balão, que na maioria das vezes rasgava quando a gente desgrudava do doce.

Eu sou do tempo do pirulito pirocóptero. Pirulito que bate-bate, pirulito que já bateu, quem gosta de mim é ela, quem gosta dela sou eu... Quem lembra daquilo? Eu lembro! Lembro também das inúmeras surras eu levei por quebrar taças e decorações da minha mãe brincando com aquilo.  

Eu sou do tempo que a gente juntava 20 crianças na rua de casa e brincava de bete. Catinodé, catinodé, catinodé... Do tempo que a gente mesmo fabricava as mansões e roupas das nossas Barbies. Do tempo que as mães mostravam nossos álbuns pelados de criança pras visitas.


É! Já não fazem mais infância como antigamente. Mas fica aqui exposta minha saudade por todas essas coisas que eu vivi e gostaria que as crianças de hoje vivessem. Era simples, mas era gostoso. 


terça-feira, 18 de março de 2014

E viveram felizes para sempre

Nunca fui de acreditar em metade de fruta, tampa de panela ou amor da vida. Acho verdadeiramente que não existe uma pessoa certa. Deve haver várias. Tudo é questão de escolha. Eu nunca soube nem diferenciar muito os sentimentos. Na minha cabeça, paixão se confunde com amor, que também se confunde com carinho, desejo, amizade e querer bem. Quando a gente diz amar uma pessoa e a escolhe pra vida toda, acredito que há um encontro de todas essas emoções.

E já dizia minha vó: “Casamento não é mar de rosas.” Existem também os espinhos. Mas quando você ama alguém, você aprende a lidar com o pior dele, para ter o melhor. Ninguém é perfeito e se alguém procura perfeição, minha gente, vai ficar só. Mas se dentro dessa imperfeição existir alguém que se preocupe com você, que faz as pazes minutos depois de uma discussão, que não gosta do filme que você locou, mas assiste pra falar o quão ruim seu gosto é, que deixa você falando sozinha pra não estender uma discussão, mas depois volta como se nada tivesse acontecido, que depois de um mês ainda fala mal daquele filme que você locou, essa é a pessoa perfeita pra você!

Costumo dizer que casar é como comprar um CD: por causa de três músicas boas você tem que levar todas as outras músicas que você não curte. Mas com o tempo você se acostuma tanto a ouvir o CD todo, que você acaba gostando de todas as faixas, até daquela do Luan Santana. E se essa música arranha, você vai sentir falta dela o resto da vida. 

Tudo muda na nossa rotina quando a gente escolhe alguém pra compartilhar uma casa, uma cama e três cachorros. E se aqueles sentimentos que você sentia aumentarem cada dia mais (mesmo com todos os transtornos obsessivos compulsivos... rs) é o grande sinal de que você fez uma boa escolha. 


segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Sobre fé

Eu não sou do tipo que fala de Jesus Cristo aos quatro ventos e nem que vai à igreja todos os domingos. Mas eu tenho fé. Creio que existe alguém lá em cima sim e acredito que tudo que ele faça seja bom, mesmo que no início pareça ser ruim. Uma vez até li algo sobre isso em um dos livros que eu pegava pra passar o tempo livre em uma papelaria que trabalhei quando tinha 16 anos. Não me lembro do nome e muito menos o autor, mas me recordo que era uma obra com vários contos e um deles era sobre um rei que tinha por um dos seus súditos uma grande confiança.

A distração do rei era caçar. Em uma dessas caçadas, ao atirar em uma onça, o tiro saiu pela culatra e o rei perdeu um dedo. O súdito, em sua inocência, disse à majestade que não se preocupasse, pois tudo que Deus faz é bom. Imediatamente, o rei se revoltou contra ele, que não se comoveu diante de seu sofrimento, e mandou que prendesse o súdito no calabouço.

Alguns dias depois, o rei organizou outra caçada e seguiu com seus súditos, menos o grande amigo, que estava preso. Dessa vez o grupo se encontrou com canibais na floresta, que mataram todos os caçadores, menos o rei, por não ter um dedo. Ao voltar para o castelo, o rei ordenou que soltassem o seu súdito e, para ele, disse: “Me perdoe, você tinha razão. Tudo que Deus faz é bom, pois se eu não tivesse perdido o dedo aquela vez, eu estaria morto agora.” Com a mesma sabedoria de sempre, o súdito respondeu ao rei: “Não tenho que te perdoar, pois tudo que Deus faz é bom! Se eu não estivesse preso, teria ido à caçada e seria morto pelos canibais.”

Essa leitura só fez com que eu tivesse mais uma justificativa para continuar acreditando que tudo que Deus faz é bom. Não gosto da forma com que as igrejas manipulam seus frequentadores. Eu não acredito que as pessoas precisem ser santas, desistir de coisas que gostam ou abdicar de certos prazeres para conquistar algo divino. Só acredito que as pessoas devam ter bom coração, fazer o bem ao próximo, ser gentis, ajudar pessoas e animais. Acho verdadeiramente que isso basta.

Sei que muitas vezes é difícil acreditar que coisas ruins aconteçam para que outras boas venham, mas a fé já me ajudou a superar muitas situações complicadas. Mesmo que outras coisas boas não tenham vindo em seguida, valeu pelo aprendizado alcançado. Só acho que a gente precisa acreditar, porque muitas vezes, é a única coisa que nos resta para seguir em frente.